7 de agosto de 2014
Sofridão
Nesta cidade, raramente cai a temperatura, como agora. Este frio incomum estimula a necessidade de ter alguém especial na cama. Raro inverno, rica solidão!
6 de agosto de 2014
Lágrimas de Anjo
Somente quem vivencia amizade com anjo, é capaz de mensurar a felicidade proveniente de tal relação. É algo de tal modo exultante que tendemos a acreditar que isso é fruto de alguma bondade extrema que praticamos nesta ou na outra vida.
Ao mesmo tempo, porém, sentimo-nos impotentes quando o amigo-anjo chora. Lamentamos por não sermos dotados de dons especiais capazes de amenizar sua dor. Por isso, sofremos. Mas o mesmo anjo triste vem e nos consola por não poder ajudá-lo. Está aí o revés da relação.
Ao mesmo tempo, porém, sentimo-nos impotentes quando o amigo-anjo chora. Lamentamos por não sermos dotados de dons especiais capazes de amenizar sua dor. Por isso, sofremos. Mas o mesmo anjo triste vem e nos consola por não poder ajudá-lo. Está aí o revés da relação.
Me dá um abraço?!
Quando recebo um abraço, ganho o meu dia. E, a depender da intensidade e da verdade de quem o oferece, é capaz de me presentear a semana inteira.
Esse gesto físico proporciona-me resultados emocionais positivos: sinto-me acolhido, protegido. A sensação de pertencimento se agiganta. Um afeto inigualável.
Esse gesto físico proporciona-me resultados emocionais positivos: sinto-me acolhido, protegido. A sensação de pertencimento se agiganta. Um afeto inigualável.
O primeiro personagem gay de José Mayer, enfim
Esperei dezenas de novelas para ver José Mayer interpretando um homossexual. O ator que embalou minhas fantasias de adolescente em Tieta e nas suas novelas subsequentes, agora é um homem maduro que gosta (embora clandestinamente) de outro homem.
A novela em tela é Império. Fotografia merecidamente aplaudida. Do mesmo modo que a direção. A trama, de Aguinaldo Silva, é dinâmica e ágil. Elogio o autor por isso. Mas meu agradecimento maior é por ele ter tornado minhas fantasias mais verossímeis.
A novela em tela é Império. Fotografia merecidamente aplaudida. Do mesmo modo que a direção. A trama, de Aguinaldo Silva, é dinâmica e ágil. Elogio o autor por isso. Mas meu agradecimento maior é por ele ter tornado minhas fantasias mais verossímeis.
4 de agosto de 2014
O anjo que dança na chuva
Um dia, dançarei sob a chuva com meu amigo-anjo. Ele teve a ideia. Mas dela me apropriei, com ligeira adaptação. A chuva é a mesma, o guarda-chuva também. Do mesmo modo que o giro no poste. Além disso, ele irá deixar o guarda-chuva de lado, me dará um abraço molhado, e girará meu corpo solto; ficarei suspenso apenas pelos braços.
Ah, sim, qual foi a minha adaptação deste roteiro de viagem? Ei-la: depois de tanto dançarmos, sapatearmos, girarmos, seguiremos caminhando até a câmera não mais alcançar. Na linha do horizonte da rua, desapareceremos como estrelas.
3 de agosto de 2014
Perdoe-me por te amar
Amar é um ato que enseja perdão? O perdão não constitui uma atitude posterior a uma ofensa? Talvez, exista apenas uma situação em que as correspondentes respostas sejam positivas: quando há a impossibilidade de concretizar o amor, devido à “incompatibilidade de condições sexuais”.
Abaixo, o clipe do filme Tempestade de Verão, que aborda o tema. Creio que muitos homens irão se colocar no lugar do personagem, apaixonado por um amigo. Veja o clipe e depois assista ao filme, disponível no Youtube.
Abaixo, o clipe do filme Tempestade de Verão, que aborda o tema. Creio que muitos homens irão se colocar no lugar do personagem, apaixonado por um amigo. Veja o clipe e depois assista ao filme, disponível no Youtube.
Sede Palavra
A palavra escrita com “sê”, de ser, é aquela que clama a fim de que a carne se faça verbo outra vez. E para que, num mesmo corpo, abriguem a matéria e a essência: o amor, apesar de tudo. A compreensão acima das ideologias. O ser em estado bruto.
E, assim, toda sede será saciada.
E, assim, toda sede será saciada.
1 de agosto de 2014
Meu Pedacinho de Chão, adeus
Eu não gostaria que Meu Pedacinho de Chão se reduzisse a objeto de estudo sociológico a respeito da relação entre telespectador e televisão. O famigerado instituto de pesquisa Ibope condenou-lhe a pior audiência do horário das 18 horas. Mas a crítica especializada se curvou diante dela, elevando-a para uma das mais bem escritas e dirigidas novelas da história da tevê brasileira.
Junto-me ao coro da crítica. Meu Pedacinho de Chão resgatou-me o prazer de parar às seis da tarde (quando os estudos e o trabalho permitem) e esquecer o mundo lá fora. O enredo por si só é encantador. O excelente figurino endossa meu prazer de acompanhá-la. O cenário, perfeito. E os atores? Parecem ter sido escolhidos a dedo. Interpretações convincentes para um público que gosta de sonhar.
É isso. Sonhar. Não há palavra mais apropriada para definir Meu Pedacinho de Chão. Na contemporaneidade, quando a crise de criatividade faz par com o excesso de realidade, a fantasia surge como escape. Agora que minha novela favorita está acabando, terei de reaprender a sonhar. Irá me faltar chão sobre o qual flutuar.
30 de julho de 2014
Coxa
Uma amostra da virilidade masculina
Magra, musculosa... não importa,
Basta que seja coxa
Observá-la constitui uma testosteronônica emulsão
Tocá-las despertam volúpias impublicáveis
Coxa, Advinha para que te quero!
19 de julho de 2014
A novela Em Família já foi tarde
Lá se foi Em Família. Mais tarde do que merecia. O último capítulo, exibido ontem, apresentou-se tão insosso quanto o primeiro e todos os outros. Não reconheci o talento de Manoel Carlos neste trabalho. Acostumado a tramas bucólicas, mas dinâmica, o autor despediu-se de sua derradeira Helena de forma decepcionante.
A salvação da lavoura foi o núcleo dos velhinhos do asilo. Os atores que os interpretaram – velha guarda do talento brasileiro – nos fizeram rir no emaranhado de personagens deprimentes.
Saudades de Carminha!
A salvação da lavoura foi o núcleo dos velhinhos do asilo. Os atores que os interpretaram – velha guarda do talento brasileiro – nos fizeram rir no emaranhado de personagens deprimentes.
Saudades de Carminha!
14 de julho de 2014
Meus amores chamados Roberto
É possível burilar o amor até encontrá-lo em estado bruto? De fato, o que se chama amor não pode se submeter a fórmulas científicas. Teses sobre ele nunca obtiveram êxito.
Isso é ruim. Eu queria explicação para o sentimento que direciono a Roberto. Só de uma coisa a certeza me acode: tenho por ele algo fraternal, que pode ser definido como amizade. Mas há outros sentimentos complementares e um deles sobressai: o amor que, por falta de um termo melhor, chamo de eros.
Eu poderia despender resmas de papel elencando as razões que me conduziram a amar Roberto dessa maneira. Entretanto, não o farei porque eu estaria negando a minha verdade, segundo a qual o amor é inexplicável. No entanto, intimamente, há um fio de esperança para que essa verdade, tão só minha, seja passível de contestação. Desse modo, eu encontraria o diagnóstico desse sentimento. E poderia submeter-me ao tratamento, até a recuperação completa e definitiva.
Mas isso são só digressões, baseado no sonho de um dia deixar de amá-lo. Até lá, conformo-me com a realidade, admitindo a fragilidade diante daquilo que é mais forte do que eu. Se, ao menos, os outros amores por ele, fossem capazes de neutralizar o desejo...!
13 de julho de 2014
O bálsamo do abraço dolorido
Os companheiros de Neymar abraçaram as costas feridas do atacante. Um carinho dolorido, mas necessário. Era imprescindível – embora tenha sido um gesto espontâneo – que Neymar fosse fisicamente acolhido para que sua alma fosse acarinhada, tocada.
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