1 de agosto de 2014

Meu Pedacinho de Chão, adeus

Eu não gostaria que Meu Pedacinho de Chão se reduzisse a objeto de estudo sociológico a respeito da relação entre telespectador e televisão. O famigerado instituto de pesquisa Ibope condenou-lhe a pior audiência do horário das 18 horas. Mas a crítica especializada se curvou diante dela, elevando-a para uma das mais bem escritas e dirigidas novelas da história da tevê brasileira. 

Junto-me ao coro da crítica. Meu Pedacinho de Chão resgatou-me o prazer de parar às seis da tarde (quando os estudos e o trabalho permitem) e esquecer o mundo lá fora. O enredo por si só é encantador. O excelente figurino endossa meu prazer de acompanhá-la. O cenário, perfeito. E os atores? Parecem ter sido escolhidos a dedo. Interpretações convincentes para um público que gosta de sonhar. 

É isso. Sonhar. Não há palavra mais apropriada para definir Meu Pedacinho de Chão. Na contemporaneidade, quando a crise de criatividade faz par com o excesso de realidade, a fantasia surge como escape. Agora que minha novela favorita está acabando, terei de reaprender a sonhar. Irá me faltar chão sobre o qual flutuar.

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